1ª turma do Mestrado - INTA / LUSÓFONA

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dilema de Heinz



O Dilema de Heinz, é um dos dilemas mais conhecidos de Lawrence Kohlberg (1927-1987), Psicólogo Norte Americano, que dedicou a sua vida ao estudo do desenvolvimento moral.
Numa cidade da Europa, uma mulher estava a morrer de cancro. Um medicamento descoberto recentemente por um farmacêutico dessa cidade podia salvar-lhe a vida. A descoberta desse medicamento tinha custado muito dinheiro ao farmacêutico, que agora pedia dez vezes mais por uma pequena porção desse remédio. Henrique (Heinz), o marido da mulher que estava a morrer, foi ter com as pessoas suas conhecidas para lhe emprestarem o dinheiro pedido pelo farmacêutico. Foi ter, então com ele, contou-lhe que a sua mulher estava a morrer e pediu-lhe para o deixar levar o medicamento mais barato. Em alternativa, pediu-lhe para o deixar levar o medicamento, pagando mais tarde a metade do dinheiro que ainda lhe faltava. O farmacêutico respondeu que não, que tinha descoberto o medicamento e que queria ganhar dinheiro com a sua descoberta. O Henrique, que tinha feito tudo ao seu alcance para comprar o medicamento, ficou desesperado e estava a pensar assaltar a farmácia e roubar o medicamento para a sua mulher. Deve Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para salvar a sua mulher?
            Este é um texto sobre a virtude. E não deve causar espanto se o texto se refere à virtude em lugar da justiça. Pois, ao falar da virtude, não se fala de outra coisa senão da própria justiça. É que um homem virtuoso é, essencialmente, um homem justo.
REFLITAM!
VAMOS EMITIR NOSSA OPINIÃO!
1.      Que faríamos no lugar de Heinz? Arrombaria a farmácia, e violava a norma segundo a qual não devemos furtar, ou deixaria sua mulher morrer, e violava a norma segundo a qual devemos ser solidários e auxiliar todos os homens, em especial aqueles que constituem nossa família? Como Heinz deve, então, proceder? Qual seria, a ação justa?

Como o próprio texto(explorado na sala de aula) afirma, este não é um caso de fácil solução, pois trata-se de um dilema moral, que são situações em que, qualquer que seja o modo de proceder, aparentemente implica violar uma norma moral e agir, portanto, contra a virtude.
Em equipe houve uma discussão analisando os dois lados, mas levando para o lado sentimental e solidário, ficamos com a opção de violar a norma e ajudar um ente familiar, pois a vida está em primeiro lugar, mesmo que isto implique em violar uma das virtudes. Mas até chegar a este ponto de violar uma norma, pode-se colocar diversos meios para conseguir o remédio, sem que haja o ato de violação. Dentre eles seria o de entrar na justiça para tentar conseguir o remédio por intermédio do Estado, já que este existe para zelar pelos interesses da comunidade.


2.      O dilema de Heinz envolve claramente a seguinte faceta, que pressupõe a questão da justiça: por que devo ser generoso com a mulher de Heinz e misericordioso para com Heinz, e não generoso e misericordioso com o farmacêutico?
Diante destas indagações, há de se reconhecer que o farmacêutico não pode ser julgado pelo fato de não querer facilitar o acesso ao remédio, pois a formulação pertence ao mesmo e ele pode fazer dela o que quiser, mas as vezes, devemos ser humildes o bastante para esquecer nossos interesses e pensar no próximo, assim como manda os mandamentos de Deus. Diante disto, deve-se ser justo com Heinz pois ele agiu em benéficio do outro, para salvar uma vida, seja de que maneira for.

3.      Como é possível cumprir todas as leis, e assim ser um homem plenamente justo, se estas leis, sejam elas morais ou jurídicas, nos ordenam ações contrárias? Como ser justo, premido entre o dever de socorrer a esposa e o dever de não furtar?

As leis existem com o propósito de prescrever uma maneira de viver conforme as diversas virtudes particulares e nos interdita de nos entregarmos aos diferentes vícios particulares(Aristóteles, 1130b23). Por isso seguir as leis da justiça não é necessariamente ser justo, pois em todas as situações deve-se analisar os dois lados, e querer agir justamente implica, levar em consideração todas as circunstâncias desta ação. Nesta situação, Heinz seria justo ao ajudar a sua mulher, mesmo analisando as circunstancias de sua ação, a vida de sua esposa estava em jogo.
Concluindo-se portanto que se Heinz quer ser justo e o que se espera dele é que dê aos outros o que lhes é devido. E o que é devido a cada um varia de caso a caso. Pensando sempre que com sabedoria achamos um discernimento e disposição para respeitarmos este discernimento, assim como a lei manda.

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